Caminho por mais de 30 minutos pela areia da praia e não estou presente, minha mente está distante imaginando diálogos, situações e tentando esclarecer os acontecimentos da semana. Eu sempre tive essa imaginação fértil. É até engraçado que a maioria das minhas escritas é sobre a vida real, quando poderia muito bem escrever ficção, considerando essa capacidade de criar cenários que não acontecerão de verdade.
Depois de ficar um bom tempo perdida em mim mesma, observo o mar. Lembro de quando voltei de Londres e com a prancha de Stand Up, ficava lá no meio e pedia força, que minha mente clareasse e que a água salgada levasse a minha dor. Foi por essa época que comecei a admirar realmente o mar e seu significado.
As ondas vêm e vão, diversas vezes num movimento repetitivo, mas sempre diferente. Cada vez é uma curva, uma bolha, uma gota ou uma onda que quebra na sua individualidade. A força, a forma, o som, o grão de areia vão mudando. Detalhes. Então me perco pelo resto da caminhada imaginando esse texto na minha cabeça, tentando absorver cada detalhe das ondas que vão quebrando conforme eu passo e fico na esperança de conseguir lembrar para compartilhar mais tarde. Isso já aconteceu bastante, de eu imaginar um texto inteiro e perder as palavras em seguida.
Cheguei no final do meu caminho bem em tempo de sentar na areia, pegar meu celular e começar a despejar frases desconexas para mais tarde transformar nesse texto.
Sabe, eu tinha outros planos para hoje. Criei expectativas mesmo quando minha intuição já gritava que não ia rolar. Depois de despejar esses pensamentos no bloco de notas, eu entrei no mar e fiquei lá por um tempo, sentindo a água e admirando sozinha todo o meu entorno. O movimento da água, o cheiro, a temperatura, as sensações. Percebi que o melhor plano que eu poderia ter nesse dia foi a oportunidade de ficar comigo mesma. Que benção me conhecer e saber como ter um sábado feliz ☺️