Essa é a continuação de uma série de posts relatando a minha experiência viajando sozinha na Patagônia. A continuação está linkada ao final desse post ou você pode encontrar clicando aqui.
DIA 09 – DE PUERTO NATALES PARA EL CALAFATE
Depois do dia cheio de emoções em Torres del Paine (link dos posts anteriores ao final desse texto), o meu próximo dia foi com a saída do Chile e chegada em El Calafate, na Argentina novamente. A viagem levou 7h, pegamos bastante fila na imigração, mas aproveitei para dormir e descansar o máximo possível. Fui com a BusSur e custou CLP 17.000 (com a conversão que eu fiz na viagem ficou cerca de R$ 92,00).
Me hospedei no FOLK HOSTEL e foi um dos meus preferidos da viagem. Cama bem espaçosa, limpo, preço bom, café da manhã simples mas com frutas, pão e geleia.
Em El Calafate eu encontrei a Carla, que conheci aqui no fórum Mochileiros.com! A gente conversou taaanto antes da viagem virtualmente, que eu estava ansiosa para finalmente encontrar ela pessoalmente e é mais uma amiga que ficou para a vida. Ela estava fazendo o Mini Trekking, então eu fui no mercado e saí para jantar. Encontrei com o Ricardo, brasileiro que conheci lááá em Ushuaia rapidamente no hostel, lembram? Hahaha Ele que me deu as dicas de “cada passo você está mais perto” nos trekkings difíceis. Sério, pra mim essa parte de cruzar e reencontrar as pessoas é uma das melhores partes da viagem.
Encontrei finalmente a Carla, voltamos pro Hostel, tomamos um vinho com a Mari (outra que eu tinha conhecido no Ushuaia e quando vi estávamos todos ali na mesma hospedagem) e fomos dormir.
DIA 10 – EL CALAFATE
Na manhã seguinte descobrimos que estourou um cano que abastece a cidade e estávamos completamente sem água. Todas as minhas roupas estavam sujas, mas deixei mesmo assim para ver se a lavanderia conseguia lavar. Passei o dia com a Carla.
Visitamos a Laguna Nimez, Lago Argentino, fizemos mercado e ela foi para a próxima cidade que nos encontraríamos no futuro. El Calafate é uma cidade fofa, cheia de lojas, restaurantes e bem turística.
Voltei para o Hostel e ainda estava sem água, comecei a ficar bem chateada, a Carla já tinha ido embora, então fiquei sozinha, estava sem minhas roupas (nem suja e nem limpa até esse momento) e sem banho. As 20:40, minhas roupas chegaram e meu humor melhorou muito.
Nessa hora eu já estava conversando com um brasileiro que estava hospedado em outro lugar que tinha água, ele perguntou se eu queria tomar banho lá. Eu tinha acabado de conhecer ele e fiquei muito em dúvida se eu ia ou não, acabei aceitando porque no outro dia eu ia no Mini Trekking e não tinha nem previsão de voltar a água onde eu estava.
Salvou meu dia, porquê no Folk Hostel a água voltou só no dia seguinte, próximo da hora do meu passeio. No fim ele era bem legal e ficamos horas conversando e trocando ideias de viagens e da vida.
Tem muitas pessoas viajando sozinhas pela Patagônia, então você se surpreende com tanta gente que encontra e se reencontra, enquanto vão dando dicas e compartilhando experiências do que está acontecendo. Nesse caso ele estava indo pra onde eu já fui e eu para onde ele já foi, os roteiros estavam inversos. É muito legal porque todos estão vivendo a mesma coisa então as conversas sempre fluem bem. Isso é uma das vantagens de estar sozinha, estamos abertos e dispostos a conhecer pessoas novas.
DIA 11 – MINI TREKKING GLACIAR PERITO MORENO
Ao meio dia o transfer me pegou no meu hostel para ir ao Glaciar Perito Moreno, a principal razão das pessoas pararem em El Calafate. Eu comprei no Brasil direto com a Hielo y Aventura (https://hieloyaventura.com/), a única concessionária autorizada a fazer o mini trekking. Custou ARS 9.000 com o transfer do meu hostel até o Parque Nacional. Recomendo ficar de olho no site nas datas que você deseja, se começar a lotar é bom comprar no Brasil para não correr o risco de ficar sem, foi o que eu fiz.
Ah, tem que pagar a entrada do parque na hora, são ARS 800 extras.
Caso não vá fazer o mini trekking, somente o passeio de barco ou as passarelas que tem no parque e também te permitem ver o Glaciar, acredito que seja tranquilo comprar quando chegar em El Calafate mesmo, são várias agências oferecendo o passeio.
O tempo nesse dia estava muito favorável, sol o dia todo. Cheguei ao parque as 14h e pudemos visitar as passarelas com a vista para o Glaciar Perito Moreno. Desde o caminho dentro do ônibus fiquei surpresa com o tamanho dele, chegando perto então, é inexplicável.
vista de dentro do ônibus, chegando no parque
Fui sem expectativas porque já tinha visto tanta foto na internet, além de ter já ter encontrado paisagens incríveis pelo caminho até aqui, que achei que seria sem graça. Tem coisa melhor do que estar completamente errada? Vale cada centavo dos R$ 700,00 gastos. Dei sorte que no grupo tinha uma francesa/colombiana (pai e mãe de países diferentes) que também estava sozinha e fizemos o caminho juntas e ela queria tantas fotos quanto eu. Muita querida e fofa, acompanhamos uma a outra no Instagram agora <3
Amo esses encontros, mais uma amizade que a Patagônia me deu. Ficamos o máximo de tempo apreciando a natureza, vimos alguns gelos caindo que causam um barulho estrondoso. Os famosos trovões dos relatos que eu já tinha lido. É incrível. (Obs: esse Glaciar é estável, o desprendimento é natural, ele não mudou de tamanho significativamente nos últimos anos, diferente dos outros Glaciares ao redor do mundo que sofrem com as mudanças climáticas).
Depois das passarelas, voltamos para o ônibus para ir ao Mini Trekking no Glaciar. Colocamos os grampos nos sapatos (já inclusos no valor) e foi a experiência mais surreal da minha vida.
Me diverti muito, tomei a água direto de lá, experimentei o gelo e bati um milhão de fotos que nunca irão traduzir a sensação de estar lá. É poderosíssimo. Foi uma hora e meia que ficará marcada para sempre na minha vida. Sério, quase choro só de lembrar que fiz isso! Foi lindo. Façam se tiverem a oportunidade!!! É uma daquelas coisas que uma vez na vida você tem que fazer.
Já haviam falado que a Patagônia mexe de um jeito inimaginável com a gente e cada dia eu fui confirmando e concordando com isso.
Com o fim do passeio por volta das 21h, saí para jantar no La Zorra (bar ótimo para happy hour e comer, super recomendado). No dia seguinte, segui para a última cidade do meu roteiro: El Chaltén.
POSTS RELACIONADOS: MEU ROTEIRO – MINHA MALA – USHUAIA – PATAGÔNIA CHILENA – TORRES DEL PAINE
Beijos, Ana!